sábado, 25 de março de 2017

A BELA E A FERA - e a volta à infância com direito a lagrimas, sonhos e sentimentos que são fáceis de mudar

Que bom que eu vivi até aqui para ir ao cinema e poder assistir a este filme... Viver todas as emoções que vivi quando era criança, quando vi a rosa, quando ouvi aquela canção... Quando eu vi uma personagem que, como eu, era apaixonada por livros e todo mundo achava estranha.
E que bom que eu vivi até aqui para mudar de ideia e comprar o ingresso porque eu não ia ver o filme no cinema, mas tinha alguém aqui em casa que estava louca para ir e toda vez que via a chamada na TV... apontava e ficava com os olhinhos brilhando.
E quem acabou ficando com os olhos brilhando fui eu, quem chorou fui eu. É um filme para se transportar a uma época em que magia e mundo real coincidiam e você não pensava em nada mais se não simplesmente se deixar levar por cada personagem e música.
O filme é cheio de prós. A começar pela iniciativa de dar a oportunidade de uma nova visão do clássico desenho que marcou a infância de inúmeras pessoas. Depois, pelo esforço em se manter fiel à animação com a narração, as falas dos personagens, as letras das canções, as cores, os figurinos... Obviamente, foram notáveis algumas diferenças - até mesmo pela tecnologia -, como o ar sombrio do castelo e os demais efeitos especiais. Mas canções muito bem interpretadas, principalmente a do Gaston, marcaram, sem dúvida alguma, o filme. Porque os computadores são programados para seguir cada comando perfeitamente nas animações... mas pessoas vencem desafio a desafio para fazerem cada cena e coreografia.
Um dos pontos altos do filme foi ver que atores negros foram bastante cotados para o elenco e para papéis em que apareciam bem. Um contra foi ouvir a dublagem horrível, que, inclusive, não combinou em nada com alguns dos atores.
A produção não economizou na dramatização, mesmo que houvesse personagens computadorizados... o elenco se esforçou ao máximo para se entrosar e deixar no expectador a impressão de que tudo aquilo era bem real. Roteiro bem definido e dirigido. O conjunto da obra não deixou a desejar...
... Porém, ainda que os atores tenham se esforçado bastante nem todos convenceram em seus personagens. Dan Stevens, a fera, está de parabéns pela atuação. Ainda que a gente só tenha visto seu rosto real por um breve momento. Luke Evans provou que Drácula também pode ser um caçador egocêntrico que sofre de um narcisismo muito sério. Alguns atores, só descobrimos basicamente no final, mas quero deixar aqui o meu recado sobre a queridinha Emma Watson.
O esforço da atriz para passar a sensibilidade da Bela foi notável e tocante em alguns momentos. Até que me surpreendi por ter gostado da atuação dela em algumas situações, pois fiquei com os dois pés atrás quando anunciaram que ela seria a Bela. Mas não convenceu num todo. Não acho que o personagem combinou e não acho que ela consiga passar ainda toda essa sensibilidade necessária para um papel do tipo. Em alguns momentos, ficou bastante claro os motivos pelos quais ela foi escolhida para o papel: estão aproveitando bastante atores que passaram muito tempo fazendo uma mesma franquia para outros papéis, para mostrar ao público que eles também podem fazer outra coisa e estão aproveitando muitos atores jovens.
Mas fica aqui o meu apelo, que tenho feito em muitos filmes, a Hollywood: precisamos de rostos novos. Não de atores mais novos, jovens. Precisamos explorar atores que não sejam ingleses, americanos ou que tenham sido britanizados ou americanizados. Precisamos explorar a diversidade, investir em atores que até agora só ficaram no coadjuvante ou na figuração. Hollywood precisa voltar a ousar.
Sim, eu gostei do filme. Não só gostei... como acho que é o filme do ano até agora. Mas não quer dizer que eu preciso achar que tudo foi absolutamente perfeito. Emma Watson tem tudo para crescer como atriz, se ela quiser. Assim como também acredito que um elenco totalmente novo poderia ter feito um grande filme, tão maravilhoso quanto.
Mas fica aqui minha recomendação.
Vejam. Chorem. Revivam a infância.
É emocionante. É lindo.
Vale a pena.

Até a próxima.

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